terça-feira, 30 de agosto de 2016

Especifico

Nem considerada humana sou.
Sou um corpo que vaga,que avoa..
Menina não!
Mulher da pele preta,que é considerada máquina de desejos alheios.
Nem considerada humana sou...
Com o corpo com uma ferida aberta,ensopo meu travesseiro das dores no útero.
Dores reais,desumanas.
Humana? Nem humana sou considerada.
Sou o especifico não o todo.
Com o corpo todo machucado,vivo, levanto e vou me curando de dores trazidas pelos colonizadores.
Que já abusaram de meu corpo,e trataram apenas como um corpo quente sem alma.
Tenho sonhos e acordo em prantos,quando sonho em ser tratada bem.
Não sou um saco de depósito de ejaculações.
Sou mulher preta!
Estou me levantando!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Carta para um ex namorado



Carta para um ex namorado.

Comecei um relacionamento em 2012, e sim em vários textos aqui esse relacionamento estará como páginas de livros.
No meu facebook não está marcando nome porém Luiz Fernando sabe que é ele, nosso relacionamento sempre foi conturbado de idas e vindas e chegou ao extremo com agressão física, psicológica e silenciosa.
Sei que nem todos tem acesso ao blog, o que é uma pena. Então segue abaixo esse livro que estou a encerrar no ano de 2016,torcendo aos orixás que nenhuma recaída aconteça, pois ser mulher preta é uma solidão desde a fila do SUS â criar seu filho!



Não vá achando, que engoli a seco as humilhações passadas, ou noites de culpa achando que eu era o problema.
Não vá achando, que eu digeri as vezes que me pressionou-me deixou confusa, invertendo toda uma conversa.
Não vá achando, que esqueci que invadiu meu celular mais de dez vezes, justificando que eu em ato insano fiz o mesmo.
Não vá achando, que eu apaguei as vezes que disse: Transei com outra pessoa e fui muito mais desejado.
Não vá achando, que meu corpo esqueceu quando apertou meu braço na frente de todos.
Não vá achando, que sou eu que destruo sua auto estima, sendo que a minha só chegou agora perto dos 30.
Eu agradeço todas as vezes, que fez meu café, lavou minha louça, e levou para o médico.
Sempre fiz isso, mesmo não estando mais contigo.
Não ache que eu esqueci todas as vezes que usou palavrão eu apenas me defendi contra a agressão.
E toda vez que disse que eu não era sincera, ambos não eram.
São tantas formas para dizer de um relacionamento, que se julga não ter dado certo.
Mas quero lembrar do que deu, mas não apagar o gosto ruim do que não funcionou.
Funcionar não, não entrelaçou, não somos máquinas.
E a você(s)ex namorado(s),desejo que não cometa um terço de erro com outra pessoa, ainda mais se for irmã preta.
Tô ligada o quanto o buraco é mais embaixo nas nossas relações.
Essa carta poderia ter nomes marcados, mas sei que esses não foram os primeiros erros.
Continuar com quem não flui mais, empata o correr da vida.

















terça-feira, 12 de julho de 2016

O Estrangeiro

Atravessa um oceano inteiro e desemboca aqui, nesse mar de cá
Nesse mar que há tempos atrás tanto sangue recebeu.
E curou todas as feridas com seu sal.
Atravessou um oceano inteiro e parou no cais CAOS SP.
Atravessou um oceano inteiro para ficar aqui nessa diáspora tão sangrenta.
Que elimina e extermina por cor.
E sabemos quem carrega a cor da noite não tem vez.
Atravessou um oceano inteiro pra se encostar em meu corpo.
Eu mulher preta em diáspora, de costumes diferentes.
Resistindo a colonização até os dias atuais.
Te encontro no melhor sol, visto meu melhor sorriso, me cubro de flores pra te receber em mim.
Te acho no lugar mais improvável, conversamos me perco e me encanto com cada palavra tua.
Me trazendo um novo olhar de quem sou eu.
Me faz repensar o porque me arrumo de maneira tão ALINHADA (colonizada), para enfeitar meu rosto.
Teu jeito de cuidar e ser cuidado.
Como posso eu querer que vá embora agora, estrangeiro para outros.
Em meu mar não, mais próximo impossível.
Separados por um mar imenso que atravessa quilômetros.
O mar foi temperado com lágrimas de preto, de dor, de saudade e de amor.
Estrangeiro em meu porto fixou por algum tempo.
Entre cores e sabores, entre o querer e o partir breve.
Ah....doce moço da tez da noite.
Aqui pode voltar retornar quando quiser meu amor estrangeiro.


Ass: Mar Santiago

O Estrangeiro

Atravessa um oceano inteiro e desemboca aqui, nesse mar de cá
Nesse mar que há tempos atrás tanto sangue recebeu.
E curou todas as feridas com seu sal.
Atravessou um oceano inteiro e parou no cais CAOS SP.
Atravessou um oceano inteiro para ficar aqui nessa diáspora tão sangrenta.
Que elimina e extermina por cor.
E sabemos quem carrega a cor da noite não tem vez.
Atravessou um oceano inteiro pra se encostar em meu corpo.
Eu mulher preta em diáspora, de costumes diferentes.
Resistindo a colonização até os dias atuais.
Te encontro no melhor sol, visto meu melhor sorriso, me cubro de flores pra te receber em mim.
Te acho no lugar mais improvável, conversamos me perco e me encanto com cada palavra tua.
Me trazendo um novo olhar de quem sou eu.
Me faz repensar o porque me arrumo de maneira tão ALINHADA (colonizada), para enfeitar meu rosto.
Teu jeito de cuidar e ser cuidado.
Como posso eu querer que vá embora agora, estrangeiro para outros.
Em meu mar não, mais próximo impossível.
Separados por um mar imenso que atravessa quilômetros.
O mar foi temperado com lágrimas de preto, de dor, de saudade e de amor.
Estrangeiro em meu porto fixou por algum tempo.
Entre cores e sabores, entre o querer e o partir breve.
Ah....doce moço da tez da noite.
Aqui pode voltar retornar quando quiser meu amor estrangeiro.


Ass: Mar Santiago

quarta-feira, 29 de junho de 2016

De Terras Quentes

Moço das terras quentes.
Dos meu desejos, um ano se passou e como tudo mudou.
Deu voltas e voltas.
Em uma noite de verão com a visão mais linda da lua.
Nos deitamos e fizemos ali no chão nosso desejo de se querer.
Eu me vejo retornando tão só, para as mesma terras quentes.
Sabendo que um ano é muito tempo pra pedir para outro esperar.
Fazer o que né??
Fazer o que sempre faço, paro e recolho todos os cacos.
O mundo não para por eu estar em pedaço.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Teus olhares me arrancaram as roupas.
Fiquei despida e desarmada diante do olhar veloz que me devorava.
E como me devorava!!....
Beijos na nuca,mãos levemente pousadas em minha coxa.
E o vestido verde com o nó frouxo,pronto para ser puxado.
Tua boca percorria e eu arrepiava.
Os lábios grossos e juvenil.
Cerrava os olhos e delirava.
Ai menino...
Ah menino!!!
E o silêncio se fez e ela fechou o livro.
Tudo está pronto para explodir!!
Não sei por onde começar.
Me arrepia pensar que já estamos em 2015; e eu estou prestes a entrar no retorno de Saturno.
Tudo está pronto para explodir e talvez me levar junto.
Cheguei a mesma estagnação de anos atrás.
Hora de pegar a mala,rumo ao desconhecido.
O medo é grande mas confio demais no belo futuro que está por vir!!
Avante 2015 começou me tornando corajosa.