sexta-feira, 21 de março de 2014

Pedra,Papel e Tesoura; o que você quer?
Pedra,Papel e Tesoura; o que você quer?
Eu quero descansar e não ter que fazer escolhas.
Isso que desejo.
Ser liquida,tranquila o dia todo.
Não apenas horas.
Pedra,Papel e Tesoura; o que deseja ser dos três?
Não desejo nada,não mais.
Não nessa terra.
Não nesse cinza.
Nessa cidade de relações frívolas e volúveis.
Que ninguém repara quando você grita.
Dengo de um dia.
Quero não.
NÃO QUERO AMORES TEMPORÁRIOS.
QUERO AMORES INTEIROS.
PARA QUE MESMO QUANDO PASSE, EU OS AINDA TENHA.
ESCOLHO O PAPEL POIS É MUTÁVEL.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Quando falo, é do teu falo que estou a falar.
Da saudade do corpo em mesma cor.
Cabelo com a textura parecida com o meu, e olhos negros.
Tu me adentra pelo olhos.
Com o beijo no cangote a carícia nos cachos.
O sorriso e do dizer: Estou com saudades!
Na mão um sonho de valsa, e um abraço apertado que me tira do chão.
Estação República, 21:17.
Estação República, 21:28.
Esse foi o tempo que durou o abraço apertado.
As mãos não andam de mãos dadas.
Mas a gentileza é a mesma.
Tudo povoa minha cabeça.
As dúvidas aparecem,mas não perpetuam.
Ah meu doce amigo....
De sotaque arrastado é bom rir contigo.
Ser brava e doce.
Doce amigo ardente.
Que atravessa as mãos em mim.
E o falo diz tudo.
Por dentro.
Por dentro.


ass: Mar Santiago

terça-feira, 11 de março de 2014

Sinopse











Ensaios Para Ismália é uma releitura da Ismália de Alphonsus de Guimarães, essa mesma persona mas trazendo para os dias atuais. Ismália negra,periférica e pobre. Com a trajetória de ter sido criada no interior e oprimida o tempo todo pelos costumes patriarcais.
No poema original ela fica em dúvida entre a lua e o mar,na releitura a mesma é proibida de sonhar de se emancipar.
De sentir desejos;agredida psicologicamente diariamente por uma sociedade racista que a obriga se encaixar no embranquecer dos padrões da mídia.
Partindo da opressão de sua mãe que a "alinha" seus cabelos oito vezes ao dia , na criação da sua avó que a prepara para ser moça direita e de família.
Com destino pré determinado casar-se e ter filhos,este é único alcance; único mérito válido.
Ser propriedade do marido.
Ser vista apenas como mulata quente entre quatro paredes, Negra como objeto ou mercadoria de posse.
Ismália sonha, vai percebendo na trajetória o quanto precisa se emancipar e romper com as algemas que não são invisíveis ou distante.
O redescobrir de Ismália é loucura diante os olhos alheios.
Mas ela precisa enlouquecer.


"Ela alinhava meu cabelo oito vezes ao dia. Ela,minha mãe.
Dói alinhar é mudar a essência. É mudar minha essência.


A decisão desse poema foi trazer essa loucura poética para o asfalto de sampa.
O cinza da cidade é hóstil, a não aceitação da mulher negra periférica também é.


Dramaturgia: Cleuber Gonçalves e Marcela Cabral. (partindo de colagens do poema de Alphonsus Guimarães/ Ismália)

Olhar provocador: Ronaldo Aguiar.


Atores: Cleuber Gonçalves e Marcela Cabral.

Coletivo Sem Nome.

Figurinos: Cleuber Gonçalves e Caroline Santins.