quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mar Santiago em frente o espelho

[b] I Parte


Me sinto ultimamente abortando muitas coisas
Abortando coisas que nem ao menos imaginava que se abortariam...
O grito de dor ecoa......
Ecoa por todos os lados...
Me perguntam se doem
E eu na minha mudez angustiada
apenas permaneço calada
Gemendo dores que não são minhas
Aborto o amor porque não aguento carrego-lo comigo
Pesa e ecurece minha visão....



II Parte
De nada adianta fugir..... menina, o fioo da vida nos cerca nos prende faz com que enmarenhemos........em angustias e abortos de imaginação pura.... e lúdica .Sob essas lentes so se vÊ minhas..mãos................



III Parte

Mãos secas sem vidas..... como o útero que tenho agora
Esta enmaranhado.... são galhos secos que escondo por debaixo do vestido
Vestido de luto que usei...
Quando abortei a primeira os outros
Já não os sinto
Acendo um cigarro atras do outro para passar a angustia mediocre...
O batom vermelho que comprei ontem.....
Amassei o todo remetia-me lembranças
Antes do aborto do Amor Primaveril que sentia...




IV

Gozei.....
E do gozo fiz uma última pincelada de tinta na parede.....
Maturbação...
Fiz em mim mesma depois da dor do aborto.......
Estava cheirando a tinta fresca.............
Tinta fresca....
Sob essas lentes só se vÊ meu reflexo deturpado....
E o sangue se mistura a tinta.....
Caem no balde
Gota a gota.....
Sob as lentes não me vejo mais.....

Mar Santiago

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