E assim foi.
Entre uma ciranda e outra que suas mãos me abandonaram.
As fitas do estandarte nos separam.
Entre uma multidão de pessoas.
Havia tantas cores.
E eu via de longe,pares de olhos negros me observando.
A multidão me cercando, me levava para longe de ti.
Eu remando contra a maré;para chegar perto.
A ciranda cada vez mais calorosa.
As cores e flores das vestes dos que me rodeiam; me confundem.
Eu desesperada procuro teu olhar.
Procuro um pássaro de olhos negros entre um mundaréu de gente.
Ah! Meu vestido ensopado, a chuva que não sossega.
Meus olhos te procuram, te acham e te perdem.
Finalmente minha mão encontra teu rosto.
Que alivio!
Meu Pássaro de Olhos Negros.
Quanta procura! Tanta saudade!
Ele apenas olha a Menina tola de sonhos desvairados.
Aperta sua mão com os corpos distantes.
Aponta seu novo amor para que a menina veja.
E lhe diz: Prazer em reve-la.
Fique bem!
Ele se afasta e desaparece entre as cores.
A ciranda agora se torna cinza.
As flores das vestes murcham.
Uma lágrima escorre,é a primeira vez que sente o sal que tem gosto de despedida.
A menina repete tantas vezes, para si mesma:
Ao menos um abraço,como tantos outros tivemos.
Ele não foi capaz de conceder.
Ao menos um olhar de carinho,por todas as fitas coloridas que guardamos.
Ela caminha em direção a porta.
Sente o gosto da chuva se misturar ao sal das lágrimas.
E diz:
Eu não me arrependo de como terminou.
E sim no que você tornou.
Lança em uma correnteza.
Que se forma na frente dela.
Uma fita que ganhará do seu pássaro,no primeiro encontro.
Murmura soluçando baixinho.
Adeus!
ass: Mar Santiago
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